quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mediocridade!

Inconformada por procurar um poema em meu caderno e só encontrar lixo.
Ou eu escrevia muito mal no auge dos meus quatorze, quinze anos, ou estou muito exigente.
Acho que a segunda opção é a mais válida. Exigente comigo e com os outros.
Hora de ´viver a vida mais leve´... ;)
Vai ver é porque sempre puxei pelo lado do drama... E se torcer essas páginas cheias de coraçõezinhos, é capaz que caiam algumas lágrimas ali esquecidas.
E de drama, já basta nas novelas.
Mas... Revirando mais a fundo meus manuscritos... Achei este que segue abaixo. E embora seja algo enfatizando um futuro suicídio, achei que foi bem escrito.
Com o perdão dos erros ortográficos e de concordância. Mas como já disse... Escrito aos meus quinze anos, este.

***♥***



E desta vez não vai adiantar chorar...
Não que um dia isto bastou ou realmente ajudou. Acontece que há momentos em que com lágrimas e soluços é possível se assumir de outro lado. Ou simplesmente esquecer tua existência. Ou ainda deixar o pranto levar-te embora. Para o mundo das doces incertezas. Para o ápice da confortável nostalgia. Para o sagaz instante em que te reduzirás a pó. Minuscula e estrategicamente. E pelo menos assim não haverá mais cobrança. Tão pouco os fantasmas do teu quarto, do teu mundo te observando, te vigiando. E na fuga constante de dez segundos poderás alcançar o pseudo almejado. Poderás parar diante da árvore de espinhos do teu passado, abraçando-a, para então conseguir um ponto de equilíbrio, uma vez que tua corrida fora brusca e demorada. E aí, fecharás teus olhos na certeza de que estás seguro. Por tempos estarás em transe. E só então dará conta de algo errado quando veres o escarlate escorrendo diante dos teus olhos. Sentirás o líquido quente saindo, escorrendo por tua pele. Ora, não se lembraste que os espinhos podem se disfarçar, oferecendo conforto momentâneo, como se fossem pétalas de rosas? [que até mesmo estas têm espinhos]. Pois bem... correste, fugiste e agora deparaste com a realidade. Agora, então, é o momento em que a dor começa a tomar conta de ti. Começa com pequenas pontadas. E crês que conseguirás suportar a tal. Que aos poucos vai tomando maior proporção. Até que é chegada a hora em que não é mais possível suportá-la. E solucionas o teu problema pondo um fim de uma vez por todas, crente que este te alivie. E chega um grito seco em tua garganta. Mas ainda queres manter-te frio e calculista. Estás certo de que este mundo não mais o conforta. De que adianta tentar? Isto te afundará cada vez mais neste poço imundo de falsas ilusões. Quanto mais te afundas, julgando-te capaz de subir por tua conta, menos chances terás no final. Nenhuma mão te puxará deste poço. Não desta vez, que é diferente. Até que acabarás afogando nesta lama, e isto será a pior experiência possível. Pois serás aos poucos. Será constante. Capaz de enlouquecer até que alguma sombra puxe-te ainda mais para baixo. Onde haverá um lençol formado da tua hipocrisia, que tanto te acompanhou em tua existência. E os demônios solitários estarão lá para fazer de teu fim o pior possível. E ainda achas que chorar resolve algo? Teria sido melhor pensar em tuas atitudes pouco antes.
Agora é tarde demais...

Um comentário:

Bianca Zanella disse...

Ficou muito bom o texto Mari!
gostei!