segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"Perdi vinte em vinte e nove amizades...

...por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
(...) "

Vinte e Nove- Legião Urbana.


Pode ter sido vinte. Vinte e uma, vinte e duas...
Mas a sua amizade é, e sempre será, intacta. Guardada em minha estante, em meio aos meus tesouros mais preciosos. Sei e sempre saberei te esperar, te respeitar e te entender. De suas necessidades aos melindres. Das lágrimas já derrubadas às gargalhadas. Das piadas e das conversas cabeças até altas horas da madrugada.

Há coisas em nossas vidas que acontecem, para nos fortalecer, nos ensinar.
E mesmo eu não querendo aprender, jamais te substituirei.
Meu insubstituível! 
♥ 


**
Ao Fefê, minha prova mais verdadeira de que a amizade entre homem e mulher existe.
Com amor,
Mari. 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"It's a beautiful day..."







Da série: "As loucuras que a gente faz..."

Como se fosse a coisa mais certa a fazer, depois de tentativas pela internet em vão, em uma terça feira, fui com uma de minhas pessoas preferidas do mundo me informar sobre venda de ingresso de um show, que acontecerá em Abril. O medo de não conseguir ir ao show de nossas vidas era tanto, ao ver tantas e tantas pessoas se dirigindo aquele posto de conveniência, que não poderia ser diferente: Nos olhamos e tivemos a mesma idéia. Ficaríamos ali, sentadas, na porta até o dia seguinte. Isso era 15h da tarde e a venda de ingressos começaria às 10h do outro dia. Parecia pouco. 
Foi a vez da Jana ficar sozinha para eu buscar uma mochila equipada para uma madrugada e, quando voltei, foi minha vez de ficar lá, não mais sozinha, pois já havia chegado mais duas pessoas. 
O pior detalhe- pessoal- é que no dia anterior eu tinha ido a uma micareta, estava ainda cansada e SEM VOZ. Mas que conversei com todo mundo ainda assim. 
Okay, Jana voltou. Já tinha uma menina de quinze anos na fila. Tantas diferenças, num mesmo objetivo, num mesmo sonho. 
Quando começou a anoitecer, começou a vir o frio. E começou a garoar, tornando-se chuva em determinados momentos. Imagine a cena: Uma calçada, com pessoas encostadas, guarda-chuvas improvisando barracas, desconhecidos unidos como irmãos, um cuidando do outro em determinados momentos, um carro tocando músicas variadas, cantoria, risadas. 
 Por volta das dez da noite, recebi a visita do Fê e do Phi, que eu compraria os ingressos deles e suas respectivas namoradas. E eles nos trouxeram esfihas do Habib´s. Oferecemos aos mais próximos, mas a caixa foi loooonge. E meus queridos amigos- que não valem um real-, começaram a dizer coisas como: "But I still haven´t found a esfiha that I looking for" ou "Where the streets have no esfihas". Acho que foi uma das cenas mais engraçadas, porque vieram MUITOS títulos, mas só me lembro desses.
Eles, para fazer graça e demonstrarem um ´puxa-saquismo´ exagerado, seguravam os guarda-chuvas para gente, nos abanavam e coisas do tipo.
Foram embora.
 Ao passar das horas, chegando a madrugada, o relógio parecia estagnado. E eu cheguei a me perguntar se aquilo valeria à pena. Mas a resposta era automática: VALERIA!
Uma das coisas que agradecia a cada minuto era uma manta azul, velha, que eu enfiei na mochila. Eu teria morrido sem ela, isto é fato. Chegada às três da manhã, só havia silêncio. Ou as pessoas dormiam ou estavam se perguntando, como eu, se aquilo valeria à pena. Em determinados momentos, inventei que aquilo era uma grande prova de resistência e que estávamos no BBB. Essa parte também foi engraçada, pois falamos de BBB até de manhã, praticamente. Fizemos até votação. Uma das queridas que conhecemos, foi embora assim que amanheceu, ou seja, foi eliminada... De vez em quando eu incorporava o Bial-Rouco e ainda dou risada em lembrar.
Umas quatro, quatro e meia, tinha uma galera lá no posto, voltando da balada COM UM VIOLÃO, tocando sertanejo. Foi a hora que chegamos perto deles e deu até pra ouvir umas musiquinhas. Entramos na Conveniência, pois o frio era gritante. E levamos a Laura, de quinze anos, com a gente. CADÊ A CORAGEM DE SAIR DO QUENTINHO, DEPOIS? Lá ficamos, até amanhecer!
O chão já estava secando, o que foi bom, porque os papelões onde estávamos sentados estavam nojentos. O sol aparecia, meio tímido. Movimento na rua e a fila tava enorme. Eu já nem sabia mais quem era quem ali pra trás, e ela dobrava a esquininha. Resolvi tirar a cara de morta, pus a lente, maquiagem, tirei o moleton, meti um óculos de sol, desodorante e me senti renovada. Já era (era ou eram?) quase seis da manhã e ainda faltavam TRÊS longas horas de fila. Que foram as que mais demoraram, confesso. Mais conversa. Mãe do Fê trouxe os documentos e o dinheiro deles, já que eu estava com medo de passar a noite ali, com dinheiro. Meu irmão apareceu por volta das nove da manhã com o meu rico dinheirinho, guardado com tanto suor.
E nessa hora eu estava passando mal. Com vontade de vomitar. Cansada. A ponto de chorar por qualquer motivo, principalmente quando um cretino falou que talvez não teria pista disponível para compra.
Cinco. Dez. Quinze... E os minutos se arrastavam!
A fila estava organizada.
Eu só olhava para a porta, eu era a primeira. hehehehe.
Quando abriu, eu corri. HAHHAHAHA.
Como se o Bono fosse vender os ingressos. Olhei os três guichês e vi a menina que tinha cara de ser mais rápida. Bingo! Disse o que queria, e quando ela disse que já estava disponível comecei a chorar. Foi uma sensação de Missão Cumprida que tomou conta de mim. Pensei nas dezenove horas que fiquei ali, no frio, na chuva, na minha filha em casa... E olhava aqueles ingressos nas minhas mãos. Cheguei a esquecer do troco, mas um menino pegou pra mim. A fila vibrava comigo! Queriam ver, queriam tocar os ingressos. E meu medo era tamanho que eles estavam guardados. MUITO BEM guardados, na carteira do meu irmão-mala-corinthiano-com-cara-de-mau.
Ao chegar em casa, tive outra crise de choro. E desde então quando vejo os ingressos meu coração acelera. Não sei quantos dias acamparei na porta do Morumbi, pois muita coisa pode acontecer até abril. Mas com toda a certeza deste mundo, nunca tive tanta expectativa para um único dia, como tenho para Nove de Abril de Dois Mil e Onze. Ainda bem que faltam só 121 dias! \o/

U2 360º Tour AÍ VAMOS NÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!