sexta-feira, 9 de julho de 2010

"Vá com os anjos...

...vá em paz!"


Encontre o mais belo dos caminhos. Chegue naquele lugar bonito e reconfortante. Onde não há dor. Onde os lamentos daqueles que o amam se tornem inaudíveis. Dê espaço para que os seus se livrem da dor, superem, se unam. E que um mundo de sorrisos invada aqueles rostos, novamente.
Não peço para secar-lhes as lágrimas, já que o melhor é que elas se esgotem, juntamente com aquele aperto trucidante, aquele vazio no meio do peito. 

E peço luz.
E peço paz.
Amém! 



***
Cheiro de Flores.


No caminho, enquanto iam, a música era alta, havia risos, vidros abertos. Cores por todos os lados, conversa corriqueira, planos para o final de semana. Lembranças, passado, futuro. 
Em um momento, até, as pessoas de fora do carro interagiam. Via por todos os lados união e, de quando em quando, brincadeiras inocentes.
Um dia qualquer. 

É chegado o momento. O coração dispara. A garganta seca. As mãos suam. Os olhos marejam. 
O abraço. As (poucas) palavras saindo trêmulas. Tão amenas. Insuficientes. Eu que as tenho comigo, sempre, deixei a desejar. Deixei de fazer o que poderia. Estagnei. Olhos no horizonte, e a vista turva. A garganta ainda seca. Um bolo no estômago. 
Um último abraço. 
E de volta ao carro. 
Mas desta vez não havia cor. Não havia riso. Não havia voz alguma.
Apenas aquele silêncio quebrado por barulhos corriqueiros do trânsito. 
Transe. Inerte. Ausência. 
Uma dor. Por ter visto dor naqueles olhos. Com o anseio mais puro e instintivo, de pegar no colo, como um filhote, e ninar... Fazer cafuné, sem pressa. Sussurrar palavras doces, dizer que ficará  ´tudo bem´. Amenizar. Fazer esquecer. Seguido da sensação de impotência, incompetência de não ter chegado nem perto disso. 
O silêncio ainda prevalece, com as palavras berrando em um lugar em que apenas eu poderia ouvir. As palavras da consciência martelando dentro da minha cabeça. Uma situação de empatia tomando conta de cada pedaço de mim. 
E aquele cheiro em todos os lugares, que não saía nem na ausência da respiração.
Aquele cheiro adocicado e suave...
Aquele cheiro de flores...


***
A interrupção do meu silêncio neste blog veio, infelizmente, por motivos de força maior.
Conforto ao E. F.
Vai ficar tudo bem!
Luz!
Sempre!
=)