quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Da série: "Eu Era Um Lobisomem Juvenil."
(Parte VI)

"♪ E daí de hoje em diante
todo dia vai ser
o dia mais importante. ♫ "
Eu Era Um Lobisomem Juvenil.
Legião Urbana


Com o perdão do clichê, viver cada dia como se fosse o último. Dar a ele a devida importância, o devido valor, pegar aquilo que irá aproveitar e descartar o restante. 
Levar consigo o que foi bom. O que foi mágico.
O Inesquecível.



**

Um Amor de Uma Noite.

Em meio tantos e todos, lá estava ele. Parado em frente ao bar, observando com os olhos que não pareciam perder um detalhe sequer. Despreocupado. Sua vida era aquele dia, aquele momento. Ele estava sozinho e isso não fazia a mínima diferença. Nem dei bola, nem dei importância. Queria continuar o meu dia, com as pessoas que ali estavam comigo.
Por algum motivo, num instante qualquer, ele esbarrou no meu copo. Pediu desculpa. E olhou dentro dos meus olhos. Desviei. Sorri. Fiquei sem graça. E ele não parou de me olhar. Passaram-se alguns segundos e ali estava ele, ainda me olhando, com um meio sorriso aos lábios e um olhar indecifrável. Abaixei a cabeça, mas levantei-a, então. E o encarei. Afinal de contas, quem é capaz de me olhar daquele jeito e por quê? Eu estava intrigada, confesso, mas talvez não fosse só esta a palavra. Eu estava admirada. Não era pela beleza, não era pela atitude. Havia algo a mais que não sei dizer, até hoje, o que era. Só sei que havia algo e eu não pude fugir.
Eu poderia detalhar o diálogo que veio em seguida. Mas não foi concreto o suficiente e muito menos poético. Este diálogo não foi importante, apesar de ter sido o primeiro. Porém não foi o último.
Em segundos, o meu mundo era ele. O meu dia era ele. Eu esquecera com quem estivera conversando há pouco, o que fazia ali, naquele bar e o  porquê viera. Só não esquecera o meu próprio nome, pois ele lembrava de tempos em tempos, de uma forma que ninguém jamais o pronunciara um dia.
Abriu seu coração. Despejou em cima de mim as histórias que mais machucam, só em pensar. Vi dor naqueles olhos e estava impotente à situação. Uma experiência de vida que jamais ouvira em lugar algum.  Queria protegê-lo, queria confortá-lo, dizer que tudo ficaria bem. Não o fiz, mas o abracei. Tornamo-nos um, os coraçãoes em sintonia, a respiração pesada e nossas vidas não mais seriam iguais. Não soube disso naquela hora, confesso, mas sou grata hoje por sabê-lo.
Houveram algumas conversas, amenindades, risadas e ele me tirou pra dançar. Eu já estava hipnotizada, dependente dele.
Não sabíamos nem o sobrenome um do outro, mas já tínhamos planos de namorarmos, de nos casarmos.
Tamanha simplicidade, tamanha singularidade e o desejo de conhecê-lo, desvendá-lo e devorá-lo já fazia parte de mim. Aquele toque em meu ombro, o beijo singelo em minha orelha e aquela voz de anjo cantando baixinho e confortante em meu ouvido fez meu mundo girar depressa. Foi então que eu soube e acredito, hoje em dia, que existe, sim, Amor à Primeira Vista.

**


Esta história não tem um fim. Ainda não. E o meu desejo mais profundo é que não tenha.
O que afirmo é: Este dia foi mais que qualquer outro. O mais importante. Surreal. Que descrevo até mesmo como digno de um Conto de Fadas. E já está eternizado em minha memória.


"♪ Se o coração chora
Chora com vontade de te ver
Chora com saudade de você
Chora às vezes eu nem sei porque
Deve ser de tanto te querer
Iêêê...
De tanto amar você. ♫"

De Tanto Te Querer
Jorge e Mateus.


Dedico a F.C. , por ser uma das pessoas mais incríveis que já cruzou o meu caminho.

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