terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sem Título.

E agora já não mais sofria com a ausência. Estava liquidada a saudade. Ela se perguntava de quando em quando o verdadeiro motivo que a levara a se envolver daquela maneira. Que permitira chegar tão longe, desviando-a do rumo que vinha seguindo até então. Por sorte o feitiço durou pouco, não dando oportunidade para estragos ou lesões. Exceto o asco que lhe brota ao reviver suas memórias trucidantes! O veneno devia ser sugado! Não creio que ela estava se enganando. Não hoje! Não nesta situação delicada pensada e repensada! Ela é astuta demais para se enganar neste caso. Acontece que o terreno, por vezes, é desconhecido e certamente há minas escondidas ali embaixo. Deve ter, então, o devido cuidado, a devida cautela e tato suficiente para ter a certeza de onde pisa. E ela se arrepende? Talvez. Talvez deseje apagar ou até mesmo reconstruir outras verdades a serem lembradas no meio da noite, com bons fluídos desta vez. Deseja no seu íntimo não mais vê-lo, não mais ter de ouvi-lo com tamanha frequencia, como acontece nos dias de hoje. Claro que esta repulsa assim como veio, há de ir embora. Novos luares cobrirão os céus e o horizonte terá nuances inéditas àqueles olhos. O amargo, a repulsa, se porão por fim, e nascerá um novo dia, clareando-lhe a vida, iluminando seus sonhos.


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Este é mais um daqueles escrito em sala de aula.
Finalizado em 05-11-2009.


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