segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Da série: "Eu Era Um Lobisomem Juvenil."
(Parte VII)

"♪ Se você quiser alguém
pra ser só seu é só
não se esquecer:
Estarei aqui. ♫"
Eu Era um Lobisomem Juvenil.
Legião Urbana

Porque por você sou capaz de matar. E de morrer!
Em toda a minha independência, nunca gostei de títulos. Nunca gostei de chamá-lo de MEU. E nunca fui de ninguém, também. Isso sempre me parecera cafona. Tanto que era tachada de durona até minhas lembranças mais remotas. Mas de uma hora pra outra, nossa vida pode dar uma cambalhota. E de tão rápida, perder o equilíbrio é praticamente certo.  
Por certo tempo lutei. Lutei contra este turbilhão de sentimentos, tão difíceis de lidar. Que queimam a garganta e arrepiam toda a espinha. Que tomam conta da razão, dispensando-a, deixando claro que nada além desta brasa, deste fogo, importa. Foi em vão. Foi como tentar apagar um incêncido na Mata Atlântica usando baldadas de água. Ao invés de consequir tal feito, parecia estar alimentando as chamas, que debochavam da minha cara, divertidas e maldosas. 
Após tanta luta, joguei a toalha e levantei a bandeira. Agora eu quero e pretendo ter como aliado meu maior inimigo, o dono dos meus sonhos, o causador desta batalha interna que venho travado há tanto: Você.
Se você vier correndo, andando. Sorrindo ou chorando. Por você, sem nem pensar duas vezes, EU ESTAREI AQUI!

**

E é com um misto de alegria e uma sensação de "O que eu faço agora?" que termino a série "Eu Era Um Lobisomem Juvenil", que como sabem, foi inspirada na música da Legião Urbana, banda que ainda mantenho o mesmo entusiasmo que tive um dia -daí vem o meu ´Mariurbana´. Gostei de escrever uma ´série completa´. Não sei o porquê de ter terminado em sete partes, não há nenhum significado para tal. Pensei em fazer apenas 5, já que esta música se encontra no álbum " V " da banda, porém, a princípio, eu já tinha selecionado os trechos que dariam origem aos posts.
Não sei, também, se alguém acompanhou as postagens, acredito que não, ou pelo menos não com a empolgação que eu tive em escrevê-las, mas garanto que foram feitas com dedicação e alma. Minha alma se encontra nestas sete postagens. Cada uma delas teve algo de singular, de emoção particular. Que prefiro guardar comigo, embora em algumas é possível captar a que me refiro.
Obrigada pela paciência.
E que venham novas ´séries´ por aí!
=)

PS: Foto encontrada no http://abarcadopescador.blogspot.com

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Da série: "Eu Era Um Lobisomem Juvenil."
(Parte VI)

"♪ E daí de hoje em diante
todo dia vai ser
o dia mais importante. ♫ "
Eu Era Um Lobisomem Juvenil.
Legião Urbana


Com o perdão do clichê, viver cada dia como se fosse o último. Dar a ele a devida importância, o devido valor, pegar aquilo que irá aproveitar e descartar o restante. 
Levar consigo o que foi bom. O que foi mágico.
O Inesquecível.



**

Um Amor de Uma Noite.

Em meio tantos e todos, lá estava ele. Parado em frente ao bar, observando com os olhos que não pareciam perder um detalhe sequer. Despreocupado. Sua vida era aquele dia, aquele momento. Ele estava sozinho e isso não fazia a mínima diferença. Nem dei bola, nem dei importância. Queria continuar o meu dia, com as pessoas que ali estavam comigo.
Por algum motivo, num instante qualquer, ele esbarrou no meu copo. Pediu desculpa. E olhou dentro dos meus olhos. Desviei. Sorri. Fiquei sem graça. E ele não parou de me olhar. Passaram-se alguns segundos e ali estava ele, ainda me olhando, com um meio sorriso aos lábios e um olhar indecifrável. Abaixei a cabeça, mas levantei-a, então. E o encarei. Afinal de contas, quem é capaz de me olhar daquele jeito e por quê? Eu estava intrigada, confesso, mas talvez não fosse só esta a palavra. Eu estava admirada. Não era pela beleza, não era pela atitude. Havia algo a mais que não sei dizer, até hoje, o que era. Só sei que havia algo e eu não pude fugir.
Eu poderia detalhar o diálogo que veio em seguida. Mas não foi concreto o suficiente e muito menos poético. Este diálogo não foi importante, apesar de ter sido o primeiro. Porém não foi o último.
Em segundos, o meu mundo era ele. O meu dia era ele. Eu esquecera com quem estivera conversando há pouco, o que fazia ali, naquele bar e o  porquê viera. Só não esquecera o meu próprio nome, pois ele lembrava de tempos em tempos, de uma forma que ninguém jamais o pronunciara um dia.
Abriu seu coração. Despejou em cima de mim as histórias que mais machucam, só em pensar. Vi dor naqueles olhos e estava impotente à situação. Uma experiência de vida que jamais ouvira em lugar algum.  Queria protegê-lo, queria confortá-lo, dizer que tudo ficaria bem. Não o fiz, mas o abracei. Tornamo-nos um, os coraçãoes em sintonia, a respiração pesada e nossas vidas não mais seriam iguais. Não soube disso naquela hora, confesso, mas sou grata hoje por sabê-lo.
Houveram algumas conversas, amenindades, risadas e ele me tirou pra dançar. Eu já estava hipnotizada, dependente dele.
Não sabíamos nem o sobrenome um do outro, mas já tínhamos planos de namorarmos, de nos casarmos.
Tamanha simplicidade, tamanha singularidade e o desejo de conhecê-lo, desvendá-lo e devorá-lo já fazia parte de mim. Aquele toque em meu ombro, o beijo singelo em minha orelha e aquela voz de anjo cantando baixinho e confortante em meu ouvido fez meu mundo girar depressa. Foi então que eu soube e acredito, hoje em dia, que existe, sim, Amor à Primeira Vista.

**


Esta história não tem um fim. Ainda não. E o meu desejo mais profundo é que não tenha.
O que afirmo é: Este dia foi mais que qualquer outro. O mais importante. Surreal. Que descrevo até mesmo como digno de um Conto de Fadas. E já está eternizado em minha memória.


"♪ Se o coração chora
Chora com vontade de te ver
Chora com saudade de você
Chora às vezes eu nem sei porque
Deve ser de tanto te querer
Iêêê...
De tanto amar você. ♫"

De Tanto Te Querer
Jorge e Mateus.


Dedico a F.C. , por ser uma das pessoas mais incríveis que já cruzou o meu caminho.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Da série: "Eu Era Um Lobisomem Juvenil."
(Parte V)

"♪ Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito
O que está acontecendo...♫ "
Eu Era Um Lobisomem Juvenil
Legião Urbana.

Um banho de água fria.
Tudo bem que no calor é refrescante. Mas a gente tem que estar esperando, né? Na surpresa, no susto, nem se estivéssemos no deserto seria bom. Porque tem o tal do choque térmico...
Choque.
Chocada.
Abismada.
Passada.
Sem chão...
E aí o que fazer com uma saudade latente há seis meses? Uns planos bobinhos, que não deixam de ser planos? Com aquele abraço que estava guardado há tanto e não foi dado a ninguém neste meio tempo? Com tantas conversas e tantas promessas não cumpridas? Jogo fora? Ignoro? Continuo guardando, mesmo sem haver espaço?
Toda força latente tende a explodir, a se expandir.
Mas já não há lugar, nem ocasião e muito menos clima. Um fato, um único fato, uma frase e aquilo que eu achava mais puro, que achei uma gracinha um dia, que dava risada e relevava já não mais existe.
E todo fim me machuca tanto... Odeio começos, com toda a minha alma, mas simplesmente não sei lidar com O Fim.
Por mais que não houve um começo. Por mais que só foram borrões. Por mais que foi conturbado, bagunçado e até engraçado, foi alguma coisa. E foi bom.
Então é com lágrimas, e não poucas, que tento organizar cada idéia, cada pedaço dentro de mim, já que o estrago foi feito sem nem ao menos eu perceber ou saber por quê.
A palavra certa é luto.
Por sorte eu vivo, sim, o meu luto. Como nunca deixei de viver absolutamente nada em minha vida. Mas eu me reergo sem pestanejar. Não com facilidade, e sim, com sabedoria. Ou pelo menos o julgo.

"♪ Vá com os Anjos. Vá em paz. ♫ "

(#NowPlaying: Gladiador. Não poderia ser diferente...)


**

E as coisas acontecem em nossas vidas sem nem ao menos percebermos ou nos prepararmos.
Então... lidar é melhor que fugir. A dor existe, sim, mas como veio... ela vai. É a minha única certeza! ;)

PS: Este post saiu no Fotolog e julguei que se encaixaria aqui. Peço licença que o compreendam. Foi escrito na mais singela lembrança que guardo - ou guardava?- comigo.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"♪ A conta da saudade...

"...quem é que paga?♫"
(Fernando Anitelli)





*Começo aqui pedindo licença para ter usado tais palavras. Não são minhas, não as moldei e não as coloquei para secar, juntas. Comprei-as. Ou peguei-as emprestadas. Mas não são minhas.*

Tenho saudade. De uma forma mais simples do que se possa imaginar, do que se possa pensar um dia. Saudade de ligar, de dar um abraço, esmagando e quebrando todos os ossos. De contar como foi o meu dia, de querer ouvir como foi o seu.
A saudade que sinto me corrói por dentro. E não sei como lidar, se devo acabar com ela.
A indecisão nunca fez parte de mim, ou pelo menos foi o que sempre pensei. Este medo, este frio na barriga não me pertencem, não os quero, pegue-os para você!
Minha maior vontade é juntar estes sintomas, estes martírios e atirá-los para longe, em uma lata de lixo velha e abandonada. É lá que deveriam ficar. Junto com esta saudade, que insiste em aparecer em minhas palavras. Que vem sem nem ao menos ser convidada, como se este lugar- o meu lugar- a ela pertencesse. Que invade meus pensamentos, quando estou de guarda baixa. Que toma conta dos meus sonhos, transformando-os em pesadelos. Não quero senti-la e não sei como exterminá-la. Tenho minhas mãos atadas e isto dói. Melhor seria se viesse o pranto, de uma vez. Que não me fechasse a garganta, não apertasse o meu coração, não me impedisse de ser quem eu sou.
Assim que me for possível, que as circunstâncias tornarem viável e que eu tenha adquirido a arma certa, confesso:
Eu vou matar a saudade! Vou matar. Sem dó ou piedade. Acabar com ela, cortar-lhe os membros, cortar-lhe a cabeça. Ela não vai mais me assombrar.
E é a única promessa que eu faço. Sem o medo de ser pega ou ter de pagar pelo crime. Este alívio será maior que qualquer castigo:
A morte daquela que me mata.
Que me mata a cada dia...



***

Interrompemos a série "Eu Era um Lobisomem Juvenil", por nenhum motivo grave, mas a necessidade de postar este por aqui.
Fiz este para o Facebook, mas não acredito que ele tenha algum acesso por lá. Ou pelo menos não na quantidade que tem, aqui no blog.
Espero que gostem.
Obrigada. ;D

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Da série: "Eu Era Um Lobisomem Juvenil."
(Parte IV)

"♪ Teve torcida gritando, quando a luz voltou...♫ "
Eu Era um Lobisomem Juvenil
Legião Urbana

Ganhar no campeonato de Bola de Gude. Fechar o Super Mário. Vencer os Interclasses. Ser surpreendido no Natal com o brinquedo mais legal do mundo. Conhecer o seu grande amor. Passar no Vestibular. Gritar ´GOL´ na Copa do Mundo. Mudar-se para a cidade grande. Conquistar aquela vaga sonhada por tantos anos. Baile de Formatura. Comprar o primeiro carro. O ´SIM´ no casamento. Nascimento do primeiro filho...
As torcidas, os sonhos, os almejos, as vitórias...
Aquela sensação única que invade nosso ser, acelera o coração, traz aquele arrepio que vai da nuca aos pés, não esquecendo de enfiar um gancho no estômago, atravessando-nos as entranhas e originando uma falta de ar. As lágrimas brotam, tímidas, nos olhos hesitantes até transformarem-se em enxurradas. Caem, uma a uma, duas a duas, lavando todo o rosto.
O sorriso permanece intacto, intocável e maravilhado com a maravilha da emoção: este conjunto louco de sensações inexplicáveis e incoerentes, pelas quais aprendemosa lutar e, principalmente, senti-las desde antes mesmo de aprendermos a falar. 
Que cada comemoração seja única e vivida intensamente, como se nada além disso existisse no mundo inteiro!

***

Texto escrito em sala de aula. Pela ansiedade de ter a minha série bloguística completa. E pela esperança de que uma grande emoção esteja prestes a me dar a honra com todos estes sintomas (ou seriam dádivas?).
Imagem encontrada no Google, nosso salvador para todas as horas.
 

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Da série: "Eu Era Um Lobisomem Juvenil."
(Parte III)

"♪ Não digo nada
Espero o vendaval passar
Por enquanto eu não sei
O que você me falou
Me fez rir e pensar
Porque estou tão preocupado
Por estar
Tão preocupado assim...♫ "

Eu era um Lobisomem Juvenil
Legião Urbana


I-
E uma hora ou outra, o vendaval vai passar ("♪ nessa avenida um samba popular, cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar ♫"). Por mais que a dor seja trucidante; por mais que pareça eterna e o coração esteja sangrando; por mais que os caminhos em frente pareçam sombrios e arriscados... O vendaval passa. Uma hora qualquer, ele passa! E por enfrentar aquilo que julgou mais difícil, quiçá impossível, em seus pensamentos, poderá perceber, ao fim da jornada, quão forte ficou. É tão gratificante... Superação, vitória pessoal. 
É hora de ver o estrago causado e reconstruir, pedra sobre pedra, cimento, reboque, lixar, uma demão de tinta, outra, então. Toque final, pendurar um quadro na parede.
E começar tudo de novo!
Que esta estrutura esteja mais forte, tal qual uma obra do Prático e nenhum lobo destruirá nem mesmo bufando ou soprando.

 ;)


II-
Já as preocupações tendem a nos podar. Limitar-nos, extorquir-nos. Sugar-nos nossa Paz de Espírito sem nem dar-nos explicação alguma. Por alguma preocupação, acumulamos sem perceber, os medos. Um a um, vão somando, sorrateiros, até virarem uma avalanche. E ninguém consegue parar a força e a fúria de uma avalanche. Nada nem ninguém! Ela faz estrago, varre tudo o que foi construído com tanto cuidado e capricho. 
Não ter preocupação alguma é extremo ou até sinal de loucura. Principalmente porque elas são necessárias para a sobrevivência. Vêm junto com a inteligência, desde os tempos mais primórdios. Graças às preocupações com segurança, moradia, alimentação, fogo, vencemos obstáculos e inimigos para, então, resistirmos. Ah, a seleção natural!
O meio termo é o canal. Sempre é. O equilíbrio me encanta, em tudo e em todos. E em mim. Para estar em harmonia, o equilíbrio deve prevalecer. 
Estou me preocupando por estar preocupada demais, parafraseando Renato Russo?
É possível. 
Mas não aceitável. 
O que fazer, para mudar, então?

***

Renato Russo, Legião Urbana, continua me inspirando.
A série "Eu Era Um Lobisomem Juvenil" ainda não terminou, há outros trechos selecionados que serão trabalhados.
Aguardem. =)
E obrigada por lerem.

Esta foto, diferente das outras duas anteriores desta ´Série´, não é minha, porém não encontrei o nome do fotógrafo. 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Da série: "Eu Era Um Lobisomem Juvenil."
(Parte II)

"♪ Prefiro acreditar
No mundo do meu jeito.
E você estava esperando voar.
Mas como chegar
Até as nuvens
Com os pés no chão?  ♫"
Eu Era um Lobisomem Juvenil.
Legião Urbana.


Desejava com toda a força que emanava de mim, com toda a confiança que me foi depositada, com todo fervor que estava pra vir à tona, a qualquer momento, ser capaz de chegar até as nuvens. Não me importaria com o método que seria utilizado para tal feito e muito menos se tantos julgam uma tarefa impossível. Cheguei até as nuvens, de olhos bem abertos, não perdi nenhum segundo de êxtase, tomando conta de mim.
Tive o sonho de ali chegar, desprovida de medos e lamúrias, de qualquer preocupação que poderia turvar-me os olhos e simplesmente sorri. Olhei para cima e vi aquela imensidão azul tão próxima, olhei para baixo e nada consegui distinguir daquele mesclado de azul e branco, que em alguns momentos até poderia ser confundido com algodão doce.
Os pássaros voavam abaixo de mim, despreocupados, sem nem notarem a minha presença, de forma que aquele cenário me pertencia, como se nunca houvera sido diferente. E num piscar de olhos, bati minhas asas e mergulhei junto a eles, num pega-pega sem pressa ou competição. Até todos voarem juntos, rumando para baixo, para alguma árvore, não sei. Para onde vão os pássaros, ao anoitecer?
Estou só.
Avisto, em meio aquele cenário que mais parece a pintura de um quadro, algumas nuvens se agitando de forma estranha. Uma brisa suave, um perfume sem igual -se a vida tivesse cheiro, com certeza seria este. E uma sensação única, indescritível. Fico tentada a dar meia volta, mas algo chama minha atenção. Sinto-me hipnotizada. Depois de me concentrar, e ainda assim com muito esforço, vejo um par de olhos a me encarar. Tão verdes, tão misteriosos. Eles piscam, os meus vacilam. Mas vou ao seu encontro. O dono dos olhos se vira, exibindo um par de longas asas negras e se vai, batendo-as num ritmo desenfreado que parece música. Sigo-o sem pestanejar, porque estar em contato, tocá-lo tornara-se o meu objetivo. A razão pela qual eu estava ali, no meio daquelas nuvens. A razão pela qual eu existia e nada poderia ser diferente.
Se em alguma fase de minha vida eu não acreditei em destino, neste momento senti-me completamente enganada. O meu destino era encontrá-lo, minha felicidade estava nele. Ele me complementaria e esta é a única certeza que tive na vida. Um mundo paralelo fez-se, então. No qual os únicos habitantes éramos nós, no qual não havia lamúria, não havia tristeza, não havia maldade. Apenas a pureza daquele olhar, daquele contato que sufocava-me e se eu estivesse com os pés no chão, e não nas nuvens, de certo que minhas pernas estariam bambas, colocando-me à mercê de uma queda iminente.
A euforia era tanta, que o simples fato de estar ali em cima, em contato com ele, em contato com algo tão grandioso que jamais supus que poderia acontecer, além de um sonho, trazia-me ora torpor, ora adrenalina.e perdi os sentidos.
Caio.
A altura é imensa.
Algo está errado, o que está acontecendo?
A multidão curiosa começa a aumentar, ao meu redor.
Não consigo bater as asas, não consigo me mexer.
A respiração está se tornando difícil, assim como manter os olhos abertos.
E dentre tantos rostos disformes ali presentes, é apenas um que reconheço.
"-Sabia que você não me abandonaria."
E fecho meus olhos.
Para sempre.
Com a certeza de que morrer de amor, não dói.

***
Gostei, MUITO, do resultado deste.