sábado, 22 de janeiro de 2011

Da série: "Eu Era Um Lobisomem Juvenil.
(Parte I)"

"♪ O arco-íris tem sete cores
E fui juiz supremo.
Vai, vem embora, volta.
Todos têm, todos têm
suas próprias razões... ♫"
Eu Era um Lobisomem Juvenil
Legião Urbana.

Razões pelas quais fugimos, pelas quais corremos, pelas quais enfrentamos e matamos dragões. Razões pelas quais as lágrimas brotam ali, embaixo dos olhos, sem nem ao menos querermos, sem nem ao menos percebermos e caem, não pedindo licença e nem fazendo cerimônia.
Temos razões que jamais entenderemos, que fazem o coração acelerar, um arrepio percorrer dos pés à nuca, um sorriso bestial tomar conta de nossos lábios, de nosso rosto, transparecendo a nossa verdade. E há razões para não escondê-la, assim como há mais razões ainda para deixá-la ali, no desconhecido, preservando-a. Ora, de certa forma, a verdade, por mais sincera que seja, merece o anonimato, merece ser deleitada, apreciada na surdina; escancará-la faz com que a mesma se perca de sua essência, se corrompa de alguma forma. 


Preferi, usando alguma razão, trancá-la e já joguei a chave fora. 




***


De uma foto de um arco-íris, pensei no trecho "O Arco-Íris tem Sete Cores", do Legião.
Veio o texto, após o verso "Todos tem suas próprias razões." de forma automática, sem eu nem ao menos pensar nas palavras.
E ouvindo a música, então, novos versos chamaram a minha atenção. E no decorrer dos dias, irei postando a continuação da série citada acima.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

"Adeus Ano Velho..."

E posso me lembrar, como se fosse ontem, um Ano Novo há algum tempo atrás. Eu deveria ter meus cinco anos de idade e por ter medo de qualquer barulho, jamais assistia a uma queima de fogos, assim que a meia noite chegasse. Os adultos da casa deviam me xingar de todos os nomes possíveis e imagináveis, tenho certeza, pois se revezavam entre eles. Algum deles teria que ficar comigo, na cozinha, ou no quarto, para evitar um choro efusivo seguido de um possível piripaque de minha parte. Neste dia não foi diferente. Enquanto eu estava aos prantos e o barulho ensurdecedor lá fora adentrava minha casa, eu pensava comigo mesma: "Coitado do Ano Velho! O que acontecerá com ele? Para onde ele vai? Todo mundo só quer saber do Ano Novo, só fala disso, só se preocupa com isso. E o Ano Velho tá indo embora. Como se estivesse doente, prestes a morrer. COITADO DO ANO VELHO. Eu não quero que ele vá. Não quero nenhum Ano Novo, estranho e NOVO. NÃO QUERO." Acredito que o meu monólogo tenha durado mais do que estas poucas palavras, sempre fui um tanto repetitiva. 
Mas esta virada de ano fiquei pensativa e me lembrei dos meus cinco anos. Querendo saber o que acontecerá, realmente, com o Ano Velho. 
Não apóio cuspir no prato que se come. Valorizo toda e qualquer pessoa, todo e qualquer acontecimento. E por que deveria ser diferente com um ano recheado de coisas boas, acontecimentos, aprendizados?
Aplaudo 2010 de pé, sabe? E desejo, do fundo do meu coração, que ele tenha apenas se aposentado. Que esteja neste momento em alguma Ilha do Caribe, catando conchinhas na areia, comendo uma batata fria, tomando uma cerveja bem gelada e rindo da cara de 2011, que ainda tem tanta coisa difícil para enfrentar. 
Tantas lamúrias, falta de grana, agüentar as promessas que não serão cumpridas e o pior de tudo: Anteceder 2012, que acredito que dará muito falatório por ser o fim do mundo. Ah, o fim do mundo. Se ao menos quem inventasse isso fosse um doido qualquer...
Então, peço licença a Marcelo Rubens Paiva e utilizo o título de seu livro aqui, para finalizar este post. 


A todos vocês:




"Feliz Ano Velho!"