segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Da série: "Pensamentos da Madrugada"

Hoje eu só queria me importar. Ter uma tristeza profunda, revoltar-me ou ficar sem rumo. Queria perder o meu chão, jogar-me na cama e gritar e chorar e me desesperar. E sentir um vazio, um soluço preso na garganta, a vista turva, a suadeira, a bebedeira. Queria sofrer. Queria odiar. Queria estar à flor da pele, a pensar em vinganças, a planejar uma fuga do mundo. Dizer a todos que não pretendo voltar. A mesmice embala meu fim de noite, povoa os meus sonhos, impede os meus anseios e bloqueia meus instintos. A falta de vitalidade dentro de mim começa a coçar, e já não posso alcançar, aliviando. O "tanto faz" nunca esteve tão presente e opinando tanto em minhas decisões. O descaso, que há muito não me pertencia, vem tomando seu lugar, já praticamente dominante. Dar de ombros é ação automática, quase biológica.
A estática me enerva. A rotina me consome. Mas nada me emociona ou sensibiliza. A massa pútedra já não mais me envergonha. E as palavras saem escarradas: "Você é quem sabe..."
Cadê o sabor? O colorido? O belo?
Já não mais me preocupa...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Uma Palavrinha sobre Escolhas.



A vida é feita de escolhas. Quisera eu que fossem simples e palpáveis, como os itens das prateleiras de um supermercado. Poder comparar os preços e verificar o prazo de validade, sem pressa alguma. Talvez até ver quais estavam mais fresquinhos, descartando os de aparência duvidosa ou com a embalagem amassada. Serem desta importância, e caso algum erro for cometido, voltar até ali, qualquer hora do dia ou da noite para trocar o produto. 
Mas é mais complexo do que isto. As escolhas podem ou não vir com discernimento e geralmente não se é possível voltar atrás, ou pelo menos, na maioria dos casos. Nenhum julgamento externo é válido ou fiel já que o íntimo de alguém com escolhas em mãos é subjetivo e inconcreto. As dúvidas podem e tendem a pairar. Aterrorizando quase sempre, sendo nocivas ao futuro improvável e almejado ou talvez existam apenas no mundo do faz de conta... Mas de alguma forma, existem. De um jeito ou de outro  virão os prós e, principalmente, os contras. Sempre vemos as escolhas erradas. Sempre há arrependidos e aqueles que choramingam por trilhar o caminho mais longo ou com mais obstáculos. É o comum, e até o esperado de acontecer. 
Então, depois da escolha ter sido feita é importante que a mantenha. Que aceite as mudanças que com ela vieram e, se houver conseqüências, enfrente-as! Não é o momento para fugas ou esconderijos. Nada de choro. Seguir em frente. Olhar para trás, sim, mas olhar de longe, de preferência através de um binóculo e fazer um ´tchauzinho´. Querer voltar é estupidez.  As escolhas vêm, e as mudanças também. É o ciclo louco da vida. E que assim seja para sempre e sempre, pois não há nada mais cruel e desgastante que a rotina. 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Palavras jogadas.

Não cobre.
Não minta.
Não dissimule.
Não julgue.
Permita minha liberdade, 
a minha verdade, 
os meus pontos fracos, 
minha capacidade. 
Supere, 
seja superior, 
faça jus ao amor que juraste, 
dê-me meu devido valor. 
Encante.
Surpreenda.
Ouse. 
Viva. 
Acalante.
Aprecie. 
Sorria.