quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"Enquanto eu puder formigar seu coração...

...nada vai te acontecer."
(Cândido- Nuvens)



Transformo o disforme em belo.
Transmito pensamentos intermitentes.
Transfiguro teus sorrisos numa tela com pincel e aquarela.
E se comigo permanecer a certeza da leveza
Dos teus abraços, beijos e carinhos
Haverá um arco-íris de emoção
Com as sete nuances preferidas e multicoloridas.
Vamos vivendo sem pressa,
sem pudor ou repressão...
Nem tão pouco explicitar nosso segredo.
Eu te levo comigo.
E isto me basta.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dia após dia

E dia após dia... O relógio vai acelerando. As sensações, as memórias... O que poderia ter sido, o que foi e o que não foi. E o que é, também.
E dia após dia... uma mescla de sentimentos conturbados. Promessas antigas que valeram de nada. Juras secretas, por ora esquecidas...
E dia após dia... Sede de uma busca por algo inconcreto e improvável. Conflitos internos e intensos.
E dia após dia... Seguindo e fingindo. Numa hipocrisia deslavada e desleixada, para ver onde vai parar, ou se vai se consertar.
E dia após dia... Fugindo e reagindo. Um novo recomeço, deparando-me em um âmbito de pensamentos que vão se extinguindo ou multiplicando.
Mas como em todas as coisas do mundo... todo fim vem depois do começo.










*Texto escrito em 08-03-2008, importado do flog, tendo algumas palavras modificadas.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mãos Dadas




Eu assumo.
Não mais dissimulo.
Não mais nego ou fujo dos teus braços,
do teu calor.
Admito para mim mesma
que preciso te encarar de uma vez,
ceder tuas vontades,
resolvendo nosso impasse.
Descobri há pouco
que é em vão seguir
se não segurar nas tuas mãos.
Que meu caminho de incertezas nublou
E a tormenta me atormenta.
Nesta estrada o pedágio é simbólico
e neste ciclo só se passa de par formado.
Já não mais a solidão...


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

"A gente se vê..."


Os encontros que demoram a acontecer acabam por voar sobre nossas cabeças. O derradeiro minuto ecoa por longo tempo na memória. Redesenhamos e redefinimos o quanto podemos, e ainda assim, não é o suficiente.
Um sorriso brota-lhe à face, e o olhar vazio ali permanece por longo tempo.
Um abraço, uma foto, uma risada.
Pode até ser que não houve papo cabeça, nem tempo para tal. Mas a sensação é o que importa. Aquela sensação leve... gostosa... feliz.
A presença de alguém especial é única e impossível de definir.
E o que torna alguém especial ainda é uma incógnita. Apenas sabemos e quando sabemos. (Ainda bem que elas existem!)
E por fim... que aquela frase dita ao pé do ouvido, corrida e de mal jeito: "a gente se vê", realmente torne-se realidade por muitas e muitas vezes.
Amém!



*Dedico a uma amizade em ascensão, impossível de definir os motivos. Apenas aconteceu.
A você, Cesar, querido.


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Banquete

Ventos novos no horizonte, vindos do sul entre montes.
Descobrem telhados, somando passados,
ocupando lugares na cadeira da vida, tomando nova medida.
Nulas razões de duras exposições.
Na ousadia da covardia dos sábios e tolos.
Retendo e cedendo por medíocres tolices, chegando á mesmice.
Palavra cantada, explorada, provocada, acidentada e vomitada.
Palavras vazias situadas e recém colocadas no pedestal da mentira.
Frases soltas enganadoras, comprometedoras.
Daquelas mais úteis se soltas no momento oportuno.
Todavia há de se chegar á conclusão.
Algum momento de lucidez e perdão.
Algum desejo se perde na noite.
Alguma união explode feito estrelas.
E chove.
A água que as nuvens desastradas deixam cair lavam cada lágrima derramada.
renovando e vitalizando, sempre.
Escorre nos ralos o pútrido, permanecendo o imaculado.
E daí em diante... vê-se o futuro presente,
um recomeço cheio de esperança,
uma vitória a ser saboreada
no mais delicioso banquete.

domingo, 8 de novembro de 2009

...Vendo...

Vendo sonhos.
São baratinhos, estão na promoção, quer comprar?
Vendo aquele cabelo liso, olhos claros e boca carnuda. Estou vendendo sorrisos que cativam e carinhos que arrepiam.
Vendo verdades e lampejos de lucidez.
E vendo a coragem com doses de sensatez.
Pode chegar, freguesa, freguês. Cubro qualquer oferta. A concorrência, aqui, não tem vez.
Vendo segredos.
Já estão quase no fim, não fique sem comprar o seu.
Vendo belas vozes, ritmo e esperteza.
Meus frascos de inteligência já estão acabando, leve dois e pague um.
E se levar dois pacotes de simpatia, leva um saco de carisma, de brinde.
Vendo suspiros, não os de açúcar! Aqueles que aceleram o coração. É mais barato na minha mão!
Vende-se, vende-se, vende-se!
Vendo ternura.
De baciadas e da melhor qualidade.
Vendo abraços apertados, com gosto de saudade.
Não vai levar nenhum pedacinho de inspiração para uma bela canção? Prometo fazer uma oferta irrecusável.
E meu último produto, um merchan especial:
Vendo doses de esperança...
Está em falta, hoje em dia, e o estoque está cheio.
O produto é fresquinho, saído do forno.
Aproveite antes que murche e estrague.
Você já é cliente preferencial e nem precisa pagar o frete.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"...mas tranquei você aqui...

...no mundinho que criei, só pra mim e pra você."
(Nuvens)

E no meu mundinho, você chegou devagarinho. ;)
Como se nem quisesse permanecer ali.
Foi conquistando seu espaço, tão sofrido e merecido!
Fez cenas e cenários inconfundíveis.
Plantou verdades e sorrisos,
Ganhou minha atenção e meu coração.
E eu...
Eu prometo que vou jogar a chave fora!





*Leiam este com voz de criança, tá? Juro que fica meigo. ;)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

"Se me esqueceres, só uma coisa;

esquece-me bem devagarinho"
(Mario Quintana)



Cair no esquecimento é pior que tapas e pontapés. Pior que gritos e palavras que ferem.
Pior que lágrimas (seguidas de reconciliação).
Infelizmente o inevitável tende a perseguir. E o beco é escuro e sem saída. Para enfrentar o que está por detrás destas sombras de amargura é preciso ter a coragem na medida certa. Nem de mais. Nem de menos. O suficiente.
Saber silenciar no momento em que a dor mais fere, mais toma a forma do que menos se quer ver.
Uma pausa, um respiro.

dois.

três.

Aceitar. Seguir, erguer a cabeça.
Deixar o passado ser enterrado. Sentir saudade do futuro que não aconteceu, das palavras não ditas e dos beijos não recebidos.
E ter a certeza no saber onde foi o erro e que há sempre dois culpados na tristeza de um fim.